Na tarde de quarta-feira passada (8/4), a Polícia Militar prendeu, em endereço do bairro Dalvo Bemfeito, Maycon Douglas Alves Gonçalves, 20 anos, contra quem havia mandado judicial de prisão por causa de envolvimento com drogas.
A diligência repercutiu nas redes sociais com vídeos de moradores acusando supostos excessos dos PMs no ato, num episódio agravado com a detenção da namorada dele, D.S., a qual acabou liberada na Polícia Civil.
O sargento Vinícius Alcântara declarou em vídeo de 8/4 que os militares localizaram Maycon numa casa e negociaram com a namorada dele, "cuja atitude em princípio foi a de tentar ludibriar a Polícia".
Entrando na casa, os militares encontraram o rapaz "escondido" no forro. Neste momento, segundo Alcântara, a mulher “esboçou reação agressiva, tentando livrar o homem da prisão e ofendendo os policiais, e acabou detida e também algemada”.
Alcântara continuou: “Ao saírem com o casal para a viatura, populares revoltados com a prisão da mulher proferiram palavras de baixo calão, ameaças aos militares e seus familiares e a militares que nem estavam naquela ocorrência e atacaram a viatura da Polícia com pedras.” O militar assim arrematou:
“Os militares reagiram com cinco disparos de balas de borracha em direção dos agressores, os quais não foram identificados, mas seguem sendo procurados.”
Moradores relataram também o uso de spray de pimenta, e pelas redes sociais D.S. disse o seguinte:
“Em momento nenhum eu quis impedir. A minha revolta foi o fato de que, mesmo com ele [Maycon] rendido, foi levado para o fundo da minha residência onde ficou por mais de 15 minutos. O meu pedido, em todo momento, foi para que eles saíssem da casa.”
Concluiu D.S.: “Usaram força bruta comigo. Foram mais de cinco policiais para colocar uma mulher na viatura. Tenho testemunhas de que ,quando foi dada a voz de prisão pra mim, não resisti. Violência contra mulher e contra pessoas inocentes é crime. Foi por isso que a comunidade se revoltou.”
Entenda o caso
Esta FOLHA divulgou que a PM prendeu Maycon em 27/8/2020, no bairro Dalvo Bemfeito, cumprindo mandado judicial de busca e apreensão. Os militares receberam informe sobre tráfico “num matagal dos fundos”, onde os PMs desenterraram pote contendo cinco pedras de crack (quatro grandes e uma pequena), que renderiam ao menos 100 pedras para consumo.
Douglas alegou que a droga foi encontrada em terreno perto de cinco casas abaixo, fora dos limites do quintal de sua casa, mas ainda assim, na Polícia Civil, lavrou-se sua prisão em flagrante.
Defensores do rapaz obtiveram liminar pró-habeas corpus, no Tribunal de Justiça. No julgamento do mérito, em dez/2020, todavia, o TJ cassou tal liminar e Maycon ganhou a condição de foragido.