O sargento Irlan Vander Bitencourt estava “na hora certa, no local certo”, como diz o dito popular. Na esquina diante do Hospital Arnaldo Gavazza/HAG, percebeu a aproximação de duas motos em alta velocidade.
Numa estava o condutor Dênis de Oliveira Soares, 38 anos, morador da Vila Alvarenga, que – ferido à bala – caiu no asfalto. Da outra desembarcaram o condutor, João Paulo de Morais, 25, e o carona, Víctor Hugo Guimarães Pereira (Vitinho), 21, armados e atirando no homem caído.
O policial gritou para que os dois autores parassem e jogassem as armas no chão. João Paulo, todavia, atirou em direção do militar, que revidou com três disparos. Um dos disparos atingiu o olho direito de João Paulo, que caiu na calçada. Levado às pressas para o HAG, ainda hoje, 15/2, ele permanece internado.
Logo houve aglomeração de populares e alerta para as Polícias Militar, Rodoviária e Civil, culminando com a prisão de Vitinho (portanto pistola 9mm) em construção da parte alta do vizinho bairro Santo Antônio.
A cena do tiroteio da tarde de 13/2, no bairro Guarapiranga, provocou comoção em Ponte Nova, inclusive com interrupção do trânsito até o fim do trabalho da Perícia da Polícia Civil.
Como é de praxe, o militar foi detido e encaminhado ao Quartel da Polícia Militar. A arma dele foi recolhida para ser periciada. Ele ficou recolhido na sede da PM até domingo, 14/2, e em liberdade responde a inquérito policial militar sobre a sua atuação no episódio.
O delegado regional de Polícia Civil, José Marcelo Loureiro, declarou em 15/2 que deve recomendar ao Comando da PM “registro de louvor ao ato de bravura” do sargento Irlan.
O major Luiz Marinho, comandante da PM pontenovense, informou à Imprensa, ainda em 13/2, que o sargento estava em serviço e cumpria “horário de almoço” quando flagrou a cena e reagiu oportunamente. Irlan recebeu “voz de prisão” depois que ele socorreu o criminoso e a vítima feridos e ajudou a isolar o local.
Marinho esclareceu que a detenção decorre de procedimento de praxe, mesmo o policial estando em serviço e tendo atirado para evitar a consumação do homicídio: "É o que manda a lei, e tenho que cumprir. A atuação dele será julgada pela Justiça Militar”, arrematou o major.