Na manhã de 1º/6, seguiam as investigações sobre o assassinato de Fernando Lúcio Gomes (Fernandinho Serralheiro), 39 anos. Ele morreu baleado dentro de seu Ford Ka HFH 9H60 em 28/5 (estava estacionado na rua Luiz Martins Soares Sobrinho, no bairro de Fátima).
Conforme a PM, Fernandinho Serralheiro recebeu tiros no rosto, braços e tórax, verificando-se ao menos 14 ferimentos deixados por entrada e saída de projéteis de calibre 40.
A Perícia da Polícia Civil/PC vistoriou a cena e, ao final dos trabalhos, já no início da madrugada de 29/5, liberou o corpo para serviços funerários, a cargo dos familiares da vítima (moradores naquele bairro), como informou a Polícia Militar.
Os militares logo receberam informe de que, pouco depois das 18h, dois indivíduos (usando máscaras do tipo balaclava) efetuaram vários tiros em Fernandinho e fugiram a pé pela escadaria de acesso à rua Santa Efigênia/bairro de Fátima.
Durante as diligências da PM, surgiu o nome de suposto mandante (identificado por apelido) do crime, cuja motivação é investigada. Os policiais estiveram na casa deste, não o encontraram e, com autorização de uma moradora, nela entraram, não localizando, entretanto, nada de ilícito.
Após patrulhamento pelo bairro, os PMs encerraram o BO repassando o caso à PC.
Vítima de agressões, rapaz fere mulher e mata oponente a facada
A Polícia Militar prendeu na tarde de 29/5, em rua do Centro, Gleisson Roberto Dias Ricardo, 21 anos, o qual confessou o assassinato, a golpe de faca, de Wagner Fernando Ferreira da Silva, 42, e os ferimentos na esposa deste, Sabrina Soares Cecílio Paiva, 31.
A PM não divulgou os nomes, os quais esta FOLHA apurou junto com os motivos do crime. Os envolvidos são vizinhos e Gleisson teria sido vítima de agressões verbais homofóbicas em datas recentes. Segundo Gleisson, o ataque se repetiu na manhã de domingo (29/5), resultando em briga na qual Wagner e Sabrina o agrediram com garrafada e golpes de pedaço de pau.
Com isso, Gleisson buscou uma faca em sua casa e acertou um golpe no abdômen de Wagner, atingindo ainda o braço direito e as costas de Sabrina.
Sabe-se que o rapaz não fugiu do flagrante, permanecendo no local à espera da chegada da Polícia.
De acordo com a PM, Wagner foi a óbito no translado para o Hospital Arnaldo Gavazza/HAG, em Ponte Nova, de onde Sabrina foi liberada no dia seguinte. Ainda de acordo com a PM, ela “estava em estado de choque, não sendo possível colher sua versão dos fatos”.
Gleisson em liberdade
Os militares apresentaram Gleisson à Delegacia de Plantão de Ponte Nova, a qual recebeu as armas usadas pelas duas partes envolvidas no crime. O inquérito tramita na Delegacia de Rio Casca.
Transcorreu em 31/5 a audiência de custódia, na qual o Juizado Criminal acatou a argumentação da advogada Joana Cegalla e permitiu que Gleisson responda ao inquérito em liberdade. Ela alegou que seu cliente agiu em legítima defesa ao ser alvo de ataque homofóbico. Joana ainda relacionou fotos dos ferimentos no corpo do rapaz provocados pelo ataque do casal.
Esta FOLHA não obteve informe sobre atuação de advogado em defesa de Sabrina nem teve acesso às argumentações dela perante a PM e em Juízo. Concluiu Joana Cegalla: “Meu cliente pretende processá-la por crime de homofobia.”